terça-feira, 8 de junho de 2010

Transição dos espíritos ou o mistério da morte


O uso de conceitos hipotéticos que afirmam que ao desencarnar, morrer, entramos imediatamente em contacto com os adventos do universo astral soa nos de veis duvidoso e alegórico. Por outro lado existem linhas espíritas que confabulam por base em experiências mediunicas epileticas que ficamos entre os vivos, vivendo apreensivos com o desenrolar dos fatos, suscitando esquinas dos labirintos que estivemos perdidos.
E óbvio que a ordem natural não permite espectros fantasmagóricos influenciando de maneira Dúbia a providência divina. Eliphas Levi no livro ciência dos espíritos tendo com base estudos cabalísticos orienta-nos que: "a transição dos espíritos ou o mistério da morte ...cai primeiramente numa espécie de sonho antes de acordar-se do outro lado da vida....Cada um vê então uma bela fantasia ou um terrível pesadelo" De acordo ao seu proceder e merecimento ocorre então o burilamento dos actos nefastos ou justos que tivera, assim alcançando a plenitude da consciência. A igreja Apostólica Romana em seus dogmas pós túmulos revela-nos sobre a existência do purgatorio ou o sheol (lugar dos mortos) no qual os espíritos ficam aguardando o juízo final Os espíritas Kardecistas afirmam que um espírito pode encontra-se no paraíso e que ao seu lado pode haver um louco imerso no inferno de si mesmo.
Não é algo novo, tais conceitos estão validados no universo religioso desde os primórdios dos tempos podemos constata-los no avento pagão, panteísta ou monoteísta (cristão ou Mulçumano) e nas concepções não metafisicas ou hermertistas. Apenas o conhecimento pode libertar e auxiliar-nos a tomar as melhores atitudes antes de padecer na casa do sem jeito, é preciso encara o inevitável mistério da morte, pois é a única certeza que temos frente as aparências terrenas, fico com os ensinos de Eliphas Levi "As coisas que estão alem desta vida podem ser vistas de duas maneiras; ou pelos cálculos das analogia ou pela intuição do êxtase"
(INDIÃO 2010)

terça-feira, 30 de março de 2010

Jesus Vivo no reino dos mortos



Jesus é a emanação de Jeová em plano de expiação, apontado por João o
Batista como “cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo”, exemplo da moral,
atitude e perfeição a ser seguida, outrora flagelado pelos homens
primevos inspirados pelo “pai da mentira”, sugestionados em falsa
moral religiosa de seu tempo, fora ofertado-nos pela providencia divina a favor
da guarnição dos humanoides, Tens o julgo da balança das almas no Tão esperado
juízo final. Pois seu julgo è brando e bom.” (Indião 2010)


Receio hoje adentrar por assuntos de valia duvidosa aos homens de moral deste plano, porem de vasto teor filosófico ao homens de boa vontade em peleja evolutiva. As passagens que aludem sobre a morte e ressurreição de cristo, onde o filho do homem, é morto pela ignorância, desce ao reinos dos mortos e ressuscita ao terceiro dia, revela-nos que como exemplo teremos também que passar por tribulações e espera no astral, antes de ressuscitarmos para vida a eterna.
A grande pergunta é: se ate jesus fora ao renos dos mortos oque sera de nos pecadores? O que fora fazer lá ? Levantar todos o caídos? Pagar os pecados da humanidade como sacrifício a divindade? Peter Stanford em o DIABO uma biografia elucida:
Agostinho (...), nos seus escritos procura demostrar oque já tinha sido dito a respeito da morte de Cristo e de sua descida ao inferno. Ele fornece, ainda, uma eloquente expressão para as teorias da expiação, do pecado original, e da rejeição do cristianismo ao dualismo, mas seu pensamento mantem a ligação com a dualidade, por ser dificil separar o dualismo ético (o bem contra o mal) do dualismo cósmico ( os dois pólos opostos) um problema que o cristianismo jamais resolveu
Sera o “pai da mentira” uma fonte do mal criada no meio da sociedade? Ou sera a humanidade, outorgada de livre arbítrio, avivada pelas forças da imperfeição? Os escritos agnósticos tem uma grande pergunta a ser respondida : como deus fonte de toda perfeição criou seres imperfeitos como nos?
Examinem..............
Jesus Cristo tem o julgo de nossa vidas e o todo poderoso do Juízo final, tenha fé meus irmãos, neste plano de expiação da pobreza moral, pois o reinos dos Céus esta próximo e logo todos nos, seremos julgados e abrandados.
(INDIÃO 2010)

sexta-feira, 5 de março de 2010

A CHAVE DOS GRANDES MISTÉRIOS Eliphas Levi


Formular a fé é admitir termos da hipótese comum.
A fé começa onde a ciência acaba. Ampliar a ciência é aparentemente suprimir a fé, e, na realidade, é ampliar igualmente seu domínio, pois é ampliar sua base.
Só se pode adivinhar o desconhecido por suas proporções supostas ou passíveis de serem supostas do conhecido.
A analogia era o dogma único dos antigos magos. Dogma verdadeiramente mediador, pois é metade científico, metade hipotético, metade razão e metade poesia. Esse dogma foi e será sempre o gerador de todos os outros.
O que é o Homem-Deus? É o que realiza na vida mais humana o ideal mais divino.
A fé é uma adivinhação da inteligência e do amor dirigidos pelos índices da natureza e da razão.
Faz parte, portanto, da essência das coisas de fé serem inacessíveis à ciência, duvidosas para a filosofia e indefinidas para a certeza.
A fé é uma realização hipotética dos fins últimos da esperança. É a adesão ao signo visível das coisas que não se vê.
Sperandarum substantia rerum
Argumentum non apparentium


"A CHAVE DOS GRANDES MISTÉRIOS" Eliphas Levi
Leia este livro

sábado, 23 de janeiro de 2010

Religiões



Religiões
Surgem varias duvidas no cerne popular sobre o verdadeiro entendimento da palavra religião; Para abordar esse tema e necessário o real esclarecimento das varias formas de doutrinas que existem sobre o mundo; nas quais são diferenciadas em duas formas essenciais:
As místicas e as míticas, os nomes são parecido porem de entendimento distanciados.

Segundo Ken Wilber, os míticos são aqueles que fundamentalisão mitos exteriores, não contemplativos em verdades absolutas, são absolutamente concretos e literais a palavra, afirmam que aqueles que não crêem nesse mitos não alcançaram a salvação a exemplo temos os hinduístas em suas verdades “acreditam que a Terra deve estar apoiada em algo; assim, crêem encontrar-se sobre um elefante que, também necessitando de suporte, está sobre uma tartaruga” . (Ken Wilber)
Os protestantes ortodoxicos “ realmente acredita, por exemplo, que Moisés abriu o Mar Vermelho, que Cristo nasceu de uma virgem, que o mundo foi criado em seis dias, que, um dia, literalmente choveu maná do céu, e assim por diante” uma série de estruturas de crenças que tentam explicar os mistérios do mundo em termos míticos ao invés de termos testemunhais ou de experiência direta. (Ken Wilber)

Em contra posição temos as místicas onde a semelham-se a ciência que e experimental, ou seja que são experimentadas e contempladas metodologicamente por estudioso do assunto, as ditas ocultas, não porque são escondidas mais porque habitam no estudo da meditação interior da ação individual Ken exemplifica:
digamos, a matemática. Não há, por exemplo, nenhuma prova de que menos um elevado ao quadrado é igual a um; não há nenhuma prova sensória ou empírica para isso. É verdadeiro, mas somente é provado por uma lógica interna. Você não consegue encontrar menos um no mundo exterior; somente o encontra na sua mente. Mas isto não significa que não seja verdade, que seja conhecimento privado que não possa ser validado publicamente. Significa somente que esta verdade é validada por uma comunidade de matemáticos treinados.


Por tal motivo as religiões místicas assemelham entre si anotam uma verdade que por todos e constatado: as religiões esotéricas são virtualmente idênticas em todo o mundo. Como já vimos, o misticismo (ou esoterismo) é científico, no sentido mais amplo da palavra.... elas concordam fundamentalmente no que diz respeito à natureza da alma, à natureza do Espírito e à natureza da sua suprema identidade, entre outras coisas. Isto é o que os eruditos chamam de “unidade transcendental das religiões do mundo” ((Ken Wilber)
Diferente das míticas que apenas a sua verdade é o caminho, por serem balizadas em mitos e historias reveladas.
(INDIÃO 2010)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Hoasca - Fundamentos e Objetivos (União do Vegetal)


Fragmento retirado do blog:http://novoencanto.blogspot.com/2007/08/hoasca-fundamentos-e-objetivos.html

FUNDAMENTOS E OBJETIVOS
A etapa histórica que a humanidade vive, neste fim de milênio, caracteriza-se pelo pluralismo religioso. No Ocidente, o Cristianismo, sua matriz espiritual mais influente - originariamente uno e coeso -, apresenta-se hoje fragmentado através de numerosas seitas, que vão do catolicismo romano aos diversos ramos do protestantismo.
No Oriente, o quadro não é muito distinto. De certa forma, é até mais confuso, na medida em que, freqüentemente, esse pluralismo reveste-se de ânimo sectário e belicista e resulta em guerras de extermínio (é o caso, por exemplo, de alguns países árabes e da própria lndia).
Há, ainda, as seitas de origem africana, hoje espalhadas pelas três Américas (e com presença expressiva no Brasil) e as seitas espíritas de fundamentação kardecista, além das chamadas escolas iniciáticas (Maçonaria, Rosacruz, Teosof ia etc.). Todas apresentam-se como porta-vozes da Verdade, instrumentos para a salvação da humanidade.
Dentro desse ambiente, surge, no Brasil, o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal. Fundado em 22 de julho de 1961, em Porto Velho, Rondônia, possui hoje núcleos e adeptos em quase todas as capitais e cidades importantes do país ao todo, 40 núcleos e cerca de quatro mil sócios.
Não tem índole publicitária, nem é sociedade secreta. E tem posição clara sobre a questão religiosa: vê no pluralismo hoje dominante um estágio da caminhada espiritual da humanidade. Um estágio inevitável, mas a ser superado um dia.
Como os graus de evolução espiritual dos homens não são iguais - e, ao contrário, exibem ainda desníveis bem acentuados -, os canais de aproximação com Deus (isto é, as relïgiões) erão necessariamente diferenciados.
DOUTRINA
A União do Vegetal afirma que a Verdade é uma só - e um dia, pela evolução espiritual, toda a humanidade a Ela terá acesso. Nesse dia, conforme rezam as Escrituras, haverá um só Rebanho e um só Pastor. Até lá, no entanto, a pluralidade será a expressão dessa diversidade de compreensões.
Nesses termos, a União do Vegetal sustenta que todas as religiões que pregam a existência de um Ser Superior (Deus) e orientam seus adeptos na prática do Bem cumprem uma mesma e necessária missão espiritual, atendendo aos diversos graus de compreensão da humanidade.
A União do Vegetal professa os fundamentos do Cristianismo, resgatando-os em sua pureza e integridade originais, livres das distorções que lhes imprimiu, ao longo dos séculos, a mão humana. Os Evangelhos bíblicos do Novo Testamento fornecem parte dessa orientação, que moldou e inspirou o comportamento dos cristãos nos três primeiros séculos da atual Era - fase que corresponde ao período pré-institucional da Igreja Romana.
A partir daí, especialmente após os sete primeiros concílios (em Nicéia, em 325; em Constantinopla, em 381; em Efeso, em 431; em Calcedônia, em 451; e em Constantinopla, em 553 e em 680), outros interesses, de natureza secular, passaram a dividir a orientação da cúpula dirigente dos cristãos.
E também a partir do advento dos concílios que a via de transmissão da doutrina cristã deixa de ser oral por excelência e passa a ter como base a documentação eclesiástica - o chamado Magistério da Igreja.
REENCARNAÇÃO
A conseqüência mais grave desse fenômeno um subproduto da institucionalização do Cristianismo - foi o desvio doutrinário, que resultou na exclusão de pelo menos uma Verdade de Fé da doutrina de Jesus Cristo, fundamental para a perfeita compreensão do conceito de Justiça Divina: a reencarnação.
Até o segundo Concílio de Constantinopla, em 553, a reencarnação sofria contestações apenas verbais ou oficiosas de parte do clero.2 Não se ousava negá-la formairnente, embora desde o primeiro concílio (quando a tradição oral de transmissão da doutrina foi interrompida) a polêmica estivesse colocada.
Somente em 543, uma autoridade eclesiástica - o Patriarca Menas, de Constantinopla - redigiu e promulgou documento negando categoricamente a reencarnação. Esse documento seria plenamente endossado dez anos depois, no Concílio de Constantinopla, pelo Papa Vigilio e demais Patriarcas (Bispos).
O documento de Menas, dirigido aos monges do Egito, Palestina e Síria, seguidores do monge e teólogo Orígenes (185-254), mestre da famosa e conceituada Escota de Teologia de Aiexandria (Egito) - e que professava o cristianismo reencarnacionista -, apenas confirma a larga aceitação que aquela tese desfrutava dentro da lgreja.3
Em sua condenação, Menas alinha 15 anátemas (reprovações enérgicas que equivaliam à excomunhão) contra os fundamentos da reencarnação. O primeiro anátema resume os demais: “Se alguém crer na fabulosa preexistência das almas e na repudiáve! reabilitação das mesmas (que é geralmente associada àquela) seja anátema”.4
Tal veemência se explica: a afirmação da existência de um castigo eterno (Inferno) e de um castigo temporário (Purgatório), como instâncias post mortem - teses que se opõem aos fundamentos reencarnacionstas - dava ao clero poder político considerável no plano temporal. Afinal, os homens - do mais poderoso monarca ao mais humilde serviçal - que não seguissem rigidamente a orientação eclesiástica estariam sujeitos àqueles castigos.
A história ocidental - particularmente a européia - é pródiga em episódios que ilustram essa manipulação da fé no jogo do poder secular.
A reencarnação, quando Cristo esteve na Terra, fazia parte da tradição judaica, sob o nome de ressurreição. A única seita a recusá-la era a dos saduceus, para quem tudo acabava com a morte,5 Havia, nos demais ramos do judaísmo, a crença de que todo mal é conseqüência de um pecado.
Assim, no caso de um cego de nascença, se o pecado não fosse dos pais (como freqüentemente não era), era do próprio recém-nascido, em vida anterior.6 Na antiga idade, aliás, a tese reencarnacionista era de ampla aceitação - tanto peios filósofos gregos como pelos místicos orientais.
Cristo não a negou. Ao contrário, a confirmou e explicitamente. No Evangelho Segundo São Mateus (Cap. 11, vv. 11-15), ele diz:
Em verdade, vos digo que. entre os nascidos de mulher não surgiu nenhum maior que João o Batsta(...) E, se quiserem dar crédito, lie é o Elias que deve Vir. Quem tem ouvidos ouça.
E ainda no mesmo Evangelho (Cap. 3, vv. 3-7):
“Os discípulos perguntaram-lhe Por que razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro? Respondeu-lhes Jesus: Certamente. Elias terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo. porém que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem irá sofrer da parte deles: Então os discípulos entenderam que se referia a João Batista”.
As duas passagens não esgotam o repertório de exemplos7, mas, certamente, encerram as discussões. A reencarnação está na base de toda a fundamentação doutrinária cultuada pela União do Vegetal. Daí sua denominação de Centro Espírita. Segundo sua doutrina, é pela sucessão de encarnações que o espírito evolui, até atingir o grau máximo de Purificação ou Cura (que equivale à Santidade ou Sanidade).
As reencarnações são regidas pela Lei do Merecimento, que se assemelha à Lei do Karma, de que falam os orientais, cuja lógica é a clássica teoria da causa e efeito.
A doutrina da União do Vegetal é cristã porque sustenta que Jesus Cristo, Filho de Deus, é a expressão da Divindade e Sua Palavra aponta o caminho da Salvação para a humanidade. A União do Vegetal crê na Virgem Maria, Nossa Senhora Imaculada, mãe de Jesus. Trata-se de Verdades, cuja compreensão, ao contrário do que tradicionalmente se afirma, é acessível ao homem desde que, obviamente, atinja determinado grau de evolução espiritual.
PRINCÍPIOS
A União do Vegetal condena categoricarnente o uso de drogas, bebidas alcoólicas e demais vícios. Considera-os incompatíveis com a evolução espiritual. Orienta seus adeptos na observância às leis do país e no acatamento às autoridades constituídas, o que não os impede de exercerem soberanamente os direitos de cidacania.
O discípulo terá sempre, no exercício de seus direitos de cidadão, as leis da União do Vegetal como parâmetro de conduta moral.
No combate às drogas e aos vícios, a União do Vegetal está sempre ao lado das autoridades, dispondo-se mesmo a prestar o auxílio que estiver a seu alcance. A União do Vegetal defende a família como célula-matriz da sociedade! sem a qual não há ordem - e, por conseguinte, condições para o aperfeiçoamento espiritual da humanidade. Em diversos estados do país, a União do Vegetal, por serviços assistenciais prestados à coletividade, é reconhecida pelas autoridades como entidade de utilidade pública - o que explica o termo “Beneficente” que traz em seu nome.
O CHÁ HOASCA
Nas suas sessões ritualísticas, realizadas em seu templo, a União do Vegetal faz uso de um chá, de nome Hoasca, que é a união de dois vegetais: o cipó Mariri (Banisteriopsis caapi) e a folha Chacrona (Psychotria viridis). O chá é comprovadamente inofensivo à saúde - física e mental - conforme atestam não apenas os numerosos exames científicos, realizados no Brasil e no exterior, mas a própria saúde dos que o utilizam há décadas (ver mais detalhes na segunda parte deste trabalho, no Relatório do Centro de Estudos Médicos da União do Vegetal).
Há diversas organizações religiosas no Brasil que fazem uso do mesmo chá, A União do Vegetal, dentro dos princípios de respeito à pluralidade religiosa e à liberdade de culto (garantida pela Constituição brasileira), não cultiva atritos ou animosidades com quaisquer delas, embora considere nocivas e equivocadas inclusive do ponto de vista da superação dos mal-entendidos em relação ao chá - as que usem a Hoasca associada a drogas de qualquer espécie.
Opõe-se também, de maneira inflexível, à comercialização da bebida, por entendê-la inadequada ao uso indiscriminado por parte de pessoas não-iniciadas e sem a orientação de um dirigente religioso (que, em nossa hierarquia, denominamos mestre).
A União do Vegetal defende a regulamentação, por via de lei, do uso do chá, restringindo-o aos rituais religiosos, ministrados com a presença de um mestre. Entende que, somente assim, o chá deixará de ser alvo de controvérsias equivocadas, que o colocam freqüentemente no centro de noticiário sensacionalista, tendencioso e, inevitavelmente, mal-informado.
Dentro de seus objetivos religiosos, a União do Vegetal põe em primeiro plano sua Doutrina Cristã, por meio da qual trabalha pelo aperfeiçoamento espiritual da humanidade. O chá Hoasca é utilizado como instrumento de concentração mental. E, portanto, meio, veículo - não propriamente o fim de sua ação religiosa.
O chá facilita a interiorização mental, produzindo clareza de consciência e aguçando a percepção. Os efeitos f(sicos que produz proporcionam limpeza orgânica, resultando, ao final, em grande bem-estar.
ÊXTASE E LUCIDEZ
O efeito do chá pode ser comparado ao êxtase religioso, fartamente definido pela literatura sacra oriental e ocidental. Para chegar-se ao êxtase - um estado de lucidez contemplativa, que coloca a pessoa em contato direto com o plano espiritual - ensinam a história dos santos, a Bíblia e a tradição oriental, percorriam-se difíceis e variados caminhos.
O jejum, a castidade e a meditação solitária (em desertos ou locais afastados da comunidade) eram os processos mais utilizados. Havia também quem se mortificasse fisicamente - como, por exemplo, recomendava Santo ignácio de Loyola. 8 São Francisco de Saies sugere, para alcançar-se o êxtase:
“Se podes agúeritar o jejum, fazes muito bem em jejuar um pouco mais do que a igreja obriga, porque o jejum, além de elevar o espírito a Deus, reprime a sensualidade, facilita as virtudes e aumenta os merecimeritos”.9
O êxtase pois, longe de ser uma alienação, desfruta, na tradição religiosa de todo o Planeta, de sólida reputação. E o estado em que o homem percebe com mais clareza a realidade espiritual. São Gregório Magno (século VI), Papa citado por Santo Tomás de Aquïno (século XIII), define:
“Os homens contemplativos concentram-se em si mesmos quando prescrutam as cosas espirituais, separando-se totalmente das sombras das coisas corpóreas ou afastando-as com mãos discretas. Avidos de contemplar o lume incfrctinscrito, repelem todas as suas imagens fwiitas e, pelo esforço por se elevarem acima de si mesmos, triunfam da própria natureza”.10
No Oriente, os indianos praticam o que chamam de meditação transcendental Consiste numa técnica mental que leva a pessoa primeiramente a procurar colocar-se em estado de relaxamento ou de distensão interior. Nessas condições, a pessoa tenta esquecer todas as realidades sensíveis e esvaziar a mente de todas as imagens materiais que habitualmente a distraem.
Cria-se, assim, um estado de percepção vazia, que acarreta a cessação de emoções, sentimentos e afetos. Em conseqüência, a pessoa aprofunda-se em sua consciência, o que lhe permite descobrir a realidade mais intima de seu próprio ser (Samadhi).
Nos sucessivos níveis de profundidade da mente, dizem os indianos, o indivíduo torna-se sempre mais consciente de sua natureza divina. Esse estado final é, por eles, denominado de “pura percepção”
Descreve o Bhagavad-Gitã, livro sagrado da Índia:
“Excluindo todos os objetos externos dos sentidos, mantendo os olhos e visão concentrados entre as duas sobrancelhas, suspendendo os alentos que entram e saem das narinas, controlando, assim, a mente, sentidos e inteligência, o transcendentalista se liberta do desejo, do medo e da ira. Aquele que está sempre nesse estado certamente está liberado”.11
Carl Gustav Jung, o criador da Psicologia Analítica - e estudioso profundo da temática religiosa - observa que esse estado especial de consciência e religião são conceitos indissociáveis.
Diz ele:
“Religião - como diz o vocábulo latino religere - é uma acurada e conscienciosa observação daquilo que Rudolt Otto (in Das Heilige, 1917)12 acertadamente chamou de “numinoso” (...) O numinoso pode ser a propriedade de um objeto visível ou o intluxo de uma presença invisível, que produzem uma moditicação especial na consciência. Tal é pelo menos, a regra universal”
E ainda:
“Grande número de práticas rituais são executadas unicamente com a finalidade de provocar deliberadamente, o efeito numinoso, mediante certos artifícios mágicos, como, por exemplo, a invocação, a encantação, o sacrifício, a meditação, a prática do ioga, mortificações voluntárias de diversos tipos etc.”
Por fim:
“A verdade, porém, é que toda confissão religiosa, por um lado, se funda na experiência do numinoso, e, por outro, na pistis, fidelidade (lealdade), na fé e na confiança em relação a uma determinada experiência de caráter numinoso e na mudança de consciência que daí resulta.
Um dos exemplos mais frisantes, nesse sentido, é a conversão de São Paulo. Poderíamos, portanto, dizer que o termo ‘religião” designa a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do numinoso”.13
O chá Hoasca proporciona estados assemelhados e, freqüentemente, até mais intensos e prolongados de lucidez, concentração mental e percepção espiritual, sem exigir dos que o utilizam os mesmos sacrifícios e mortificações recomendados pelos ascetas religiosos do passado.
Não há nisso, porém, objetivo de vulgarizar a ascese religiosa. Apenas, nos dias de hoje, num mundo cada vez mais populoso, agitado e necessitando de auxílio e solidariedade entre as pessoas, os métodos clássicos de isolamento e busca do êxtase tornam-se extremamente complexos, muitas vezes inacessíveis e, mesmo, em algumas circunstâncias .(como para o homem urbano), de eficácia questionável.
Tal distanciamento do homem contemporâneo do êxtase religioso talvez explique o sentido materialista de que se reveste a civilização contemporânea 1 insensível, em grande escala, à questão espiritual.
A União do Vegetal considera o chá Hoasca uma dádiva de Deus, um instrumento para acelerar a caminhada evolutiva do homem, devolvendo espiritualidade a uma civilização inebriada pela lógica cientificista.
Mesmo assim, não vê o chá como um fim em si mesmo, mas como um veículo para uma caminhada que exige sacrifícios e renúncias e cuja base é a doutrina de fundamentação cristã, aprofundada pelos ensinamentos transmitidos por Mestre Gabriel.
O chá permite, dentro do uso ritualístico ministrado pela União do Vegetal, que o discípulo entre em contato com as vibrações do Plano Espiritual, com plena clareza de consciência - tudo, naturalmente, dentro dos limites da Lei do Merecimento. Há, inclusive, casos de pessoas que bebem o chá e sequer sentem os seus efeitos. Há grupos religiosos que apregoam as virtudes curativas do chá. A União do Vegetal, nesse particular, tem postura sóbria. Sabe que a Deus nada é impossível, mas não pratica ou difunde ações curandeiristas. Usamos o chá, como já foi dito, como veículo de concentração mental, para buscar o acesso a um estado de consciência em que a compreensão dos fenômenos espirituais e metafísicos é mais nítida. O que se busca, através dos ensinos e da doutrinação reta, é a cura espiritual - isto é, a evolução.